segunda-feira, 1 de junho de 2009

5 de Junho

Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia
1º, 2º e 3º Ano do Ensino Médio
Leia o texto a seguir, reflita, pesquise sobre o tema e comente. Sua contribuição é de suma importância neste diálogo.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Você já parou para pensar no que significa a palavra "progresso"? Pois então pense: estradas, indústrias, usinas, cidades, máquinas e muitas outras coisas que ainda estão por vir e que não conseguimos nem ao menos imaginar. Algumas partes desse processo todo são muito boas, pois melhoram a qualidade de vida dos seres humanos de uma forma ou de outra, como no transporte, comunicação, saúde, etc. Mas agora pense só: será que tudo isso de bom não tem nenhum preço? Será que para ter toda essa facilidade de vida nós, humanos, não pagamos nada? Você já ouviu alguém dizer que para tudo na vida existe um preço? Pois é, nesse caso não é diferente. O progresso, da forma como vem sendo feito, tem acabado com o ambiente ou, em outras palavras, destruído o planeta Terra e a Natureza. Um estudioso do assunto disse uma vez que é mais difícil o mundo acabar devido a uma guerra nuclear ou a uma invasão extraterrestre (ou uma outra catástrofe qualquer) do que acabar pela destruição que nós, humanos, estamos provocando em nosso planeta. Você acha que isso tudo é um exagero? Então vamos trocar algumas idéias.
E o Desenvolvimento Sustentável? O atual modelo de crescimento econômico gerou enormes desequilíbrios; se, por um lado, nunca houve tanta riqueza e fartura no mundo, por outro lado, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam dia-a-dia. Diante desta constatação, surge a idéia do Desenvolvimento Sustentável (DS), buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental e, ainda, ao fim da pobreza no mundo. As pessoas que trabalharam na Agenda 21 escreveram a seguinte frase: "A humanidade de hoje tem a habilidade de desenvolver-se de uma forma sustentável, entretanto é preciso garantir as necessidades do presente sem comprometer as habilidades das futuras gerações em encontrar suas próprias necessidades". Ficou confuso com tudo isso? Então calma, vamos por partes. Essa frase toda pode ser resumida em poucas e simples palavras: desenvolver em harmonia com as limitações ecológicas do planeta, ou seja, sem destruir o ambiente, para que as gerações futuras tenham a chance de existir e viver bem, de acordo com as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das condições de sobrevivência). Será que dá para fazer isso? Será que é possível conciliar tanto progresso e tecnologia com um ambiente saudável?
Acredita-se que isso tudo seja possível, através da prática do Desenvolvimento Sustentável, que pode ser definido como: "equilíbrio entre tecnologia e ambiente, relevando-se os diversos grupos sociais de uma nação e também dos diferentes países na busca da equidade e justiça social".
O Desenvolvimento Sustentável tem seis aspectos prioritários que devem ser entendidos como metas:
1. A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, lazer, etc);
2.A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas tenham chance de viver);
3. A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal);
4. A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio etc);
5. A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de populações oprimidas, como por exemplo os índios);
6. A efetivação dos programas educativos.
(Texto: Marina Ceccato Mendes - Adaptado)
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quarta-feira, 29 de abril de 2009

Diagnóstico Ambiental em Santo Amaro/BA

A cidade de Santo Amaro além de ser berço cultural, terra de tradições do Recôncavo baiano, dispõe de cenários naturais capazes de deslumbrar os olhos humano, como a cachoeira de Zé Regadas em Oliveira dos Campinhos, a Cachoeira da Vitória, do Roncador, do Urubu, a vegetação de Mata Atlântica, os ecossistemas marinhos e de manguezal, etc. Em contraposição a estas deslumbrantes paisagens sofremos também com alguns problemas ambientais como a poluição do Rio Subaé, a contaminação por chumbo, o desmatamento de algumas áreas, o mal aproveitamento do lixo , dentre outros. Por isso, a Escola Cooperativa de Santo Amaro, visando desenvolver uma prática pedagógica inovadora, voltada a formação integral dos educandos realizou o projeto interdisciplinar de diagnóstico ambiental em Santo Amaro com o objetivo de produzir um documentário e estimular o conhecimento, reflexão e discussão dos alunos para esta temática. Segue fotos do prazeroso trabalho.

Equipe organizadora

Departamento de Educação Ambiental - UEFS

Todos atentos às orientações.

Líquens

Caminhando em direção à Cachoeira do Roncador - Pedras/BA

Com ajuda a gente chega lá

Tornando a descida segura

Cachoeira do Uurubu - Santo Amaro/BA

Muita emõção pra passar no pontilhão

"Todos têm direito a um meio ambiente ecologicamente equilibrado" - Constituição Federal de 1988

Cachoeira do Roncador - Pedras/BA.

terça-feira, 28 de abril de 2009

A destruição da natureza brasileira em números.

Trinta e cinco anos de lutas em defesa do meio ambiente no Brasil trouxeram resultados pífios. Sociedade, governo e empresários continuam muito aquém do necessário para inverter a destruição do meio ambiente de índices positivos para índices negativos. Só em 2005, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou sua primeira pesquisa específica sobre o estado do meio ambiente no Brasil. A investigação, realizada em 2002, entrevistou gestores públicos de 5.560 municípios e se intitula "Perfil dos Municípios Brasileiros - Meio Ambiente 2000". Cabe salientar, logo de cara, que se trata de um levantamento quantitativo, confiando nos administradores públicos, normalmente nada confiáveis, pois que não querem fazer revelações que comprometam a imagem dos municípios e também não têm a mínima sensibilidade para perceber o que ocorre diante de seu nariz. Feitas estas ressalvas, a pesquisa mostrou que: O maior problema ambiental reconhecido pelos municípios é o assoreamento de rios, lagos e açudes, com 53% do total. Os gestores atribuem-no à supressão da mata ciliar (70%), ao desmatamento mais amplo (67%) e à erosão e deslizamento de encostas (56%). As soluções apontadas pelos administradores são a recomposição da vegetação nativa (37%), a dragagem e limpeza de canais (37%) e o combate à erosão (35%). O campeão brasileiro em assoreamento é o Estado do Espírito Santo, com 88% em relação aos outros problemas. Faz sentido, pois o Espírito Santo quase acabou com a Mata Atlântica em seu território, gerando um baile de erosão. · Alterações ambientais com efeitos sobre a qualidade de vida ocupam o segundo lugar da lista, com 41% do total. Segundo as respostas, os principais problemas a concorrerem para este estado são o esgoto a céu aberto (46%), o desmatamento (45%) e as queimadas (42%). É de se notar que, qualitativamente, o fogo e a queima de combustíveis fósseis representam uma grande queixa por parte da população, e a zona açucareira do norte-noroeste fluminense conhece bem o problema. Em suma, continuam botando fogo no Brasil. Como soluções, as autoridades municipais propõem o controle de vetores de doenças (70%), a ampliação do abastecimento d'água (53%) e a educação (53%). Pernambuco está na liderança com 82%.· A poluição da água ficou em terceiro lugar, apontando-se para ela o despejo de esgoto doméstico (75%), o uso de agrotóxicos e fertilizantes (42%) e a criação de animais (39%). As soluções apontadas pelos governos municipais são a ampliação da rede de esgoto (52%), a fiscalização do despejo de resíduos domésticos (51%) e o controle da ocupação urbana (40%). O campeoníssimo é o Estado do Rio de Janeiro, com 77% em relação ao total dos problemas. Isto significa que, em termos de falta de saneamento, o Rio de Janeiro está no degrau mais alto do pódio. A confiar na pesquisa, devemos desconfiar dos governos do Estado e municipais. · Em quarto lugar vêm as alterações que afetam negativamente a paisagem por conta da erosão (35%), da ocupação irregular do solo (33%) e de empreendimentos imobiliários (28%). Para corrigi-las propõem-se o controle da ocupação urbana (38%), o controle do desmatamento (36%) e a recomposição da vegetação (35%). Neste tópico, a corrida foi vencida pelo Amapá, com 81%.· A contaminação do solo ocupa o quinto lugar na escala de problemas, e os fatores apontados para ela são o uso de fertilizantes e agrotóxicos (63%), a destinação inadequada de esgoto doméstico (6%) e o chorume (38%). Para combatê-la, o poder público municipal entende ser necessário fiscalizar o despejo de resíduos domésticos (51%), implantar aterros sanitários (40%) e fiscalizar a contaminação oriunda de animais (36%). Novamente, o Espírito Santo aparece no mapa, respondendo com 64%. Principalmente o uso de insumos químicos na lavoura, considerado o mais grave problema neste item, liga-se ao grande desmatamento que sofreu o Espírito Santo, reduzindo as formações vegetais nativas a uma poeira. Este desmatamento visou a abertura de terras para lavouras e pastos com um grande uso de fertilizantes químicos e de agrotóxicos. · A poluição do ar vem em sexto lugar, causada, primeiramente, por queimadas (64%), vias não pavimentadas (41%) e atividade industrial (38%). As soluções apontadas são o controle das queimadas (28%), a fiscalização de atividades extrativistas (27%) e a fiscalização de atividades industriais (21%). A liderança está com o Amapá, que aparece pela segunda vez na pesquisa, com 63%. A relação entre queimada e poluição do ar é direta. Já a atividade industrial aparece meio deslocada, pois o Estado não é industrializado. A menos que consideremos uma liberdade de funcionamento muito grande para as poucas indústrias implantadas no Amapá. · Por fim, aparece a degradação de áreas protegidas pelo desmatamento (69%), pelas queimadas (51%) e pela caça de animais silvestres (38%). As propostas apontadas para atacar os problemas são o combate ao despejo de resíduos domésticos (50%), o controle da ocupação urbana (43%) e a recomposição da vegetação nativa (42%). Mais uma vez, o Amapá figura na pesquisa ocupando o primeiro lugar com 56%, o Estado mais degradador do meio ambiente. A destruição da natureza brasileira em números IIAinda vigora a concepção segundo a qual meio ambiente, desenvolvimento econômico e desenvolvimento social são incompatíveis. Melhor dizendo, não se pode proteger o meio ambiente e, ao mesmo tempo, promover o desenvolvimento econômico e social, pois os três colidem. Então, diante deste conflito, a proteção do meio ambiente aparece como a grande vilã a impedir o progresso. Mas, confiando na pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros - Meio Ambiente 2002, lançada recentemente pelo IBGE, delineia-se um outro quadro. Nota-se que a destruição do meio ambiente acarreta danos profundos à economia e à sociedade. E o lamentável é que a economia e a sociedade destroem o meio ambiente, produzindo uma espécie de efeito bumerangue. De acordo com a pesquisa, a atividade econômica que mais sofreu com a degradação ambiental foi a agricultura, atingindo 34% dos 5.560 municípios entrevistados. Os estados mais afetados foram Pernambuco (73,5% dos municípios) e Espírito Santo (69,7% dos municípios). Quanto à pecuária, 23,7% dos municípios brasileiros foram prejudicados. A maior parte dos municípios em que a pecuária foi afetada por problemas ambientais fica em Roraima (53%) e Pernambuco (44%). Os prejuízos à pesca atingiram 18,5% dos municípios. Eles se apresentam mais graves na região norte, com o percentual de 73% dos municípios. É enganoso, por este dado, continuar pensando que a Amazônia é o maior celeiro de peixes do Brasil. Se for ele está bastante ameaçado. Tudo faz sentido, embora a pesquisa não tenha a confiabilidade esperada. A agropecuária desmata para ampliar fronteiras econômicas e deixa o solo exposto às intempéries. A agricultura é praticada em terrenos impróprios e com tecnologia agressiva. O gado pasta em encostas. Tudo isto provoca erosão e empobrecimento da fertilidade do solo. Ambos se voltam sobre as duas atividades e acabam por inviabilizá-las ou gerar rendimentos decrescente. Os agrotóxicos afetam o trabalhador e o consumidor. E mais: as nascentes, os rios e as lagoas começam a secar. A falta d'água é o maior problema a assolar a agropecuária e a pesca, segundo gestores de 72% dos municípios. O esgoto urbano e os despejos industriais alteram os ambientes aquáticos, afetando a atividade pesqueira, tanto em águas continentais como em águas marinhas. E os organismos aquáticos extraídos de seus ambientes ainda são responsáveis por expressiva parte da alimentação mundial, notadamente das camadas pobres. Todavia, a pesca predatória foi detectada como a grande responsável pelos problemas que atingem a atividade, matando a galinha dos ovos de ouro. No que concerne à qualidade de vida e à saúde, a falta de saneamento atinge índices bastante altos. A maior proporção de municípios vitimados pela poluição fica nas regiões sul (45%) e Sudeste (43%). A contaminação do solo também é um grande problema no sul (50%) e no Sudeste (34%). Os causadores principais são a urbanização e a industrialização. Se, nos municípios da zona rural, as queimadas são as maiores responsáveis pela poluição do ar, nas cidades com mais de 500 mil habitantes, os geradores de fumaça e partículas são os veículos automotores e as fábricas. Os números aqui são eloqüentes e quebram aquela idéia generalizada e profundamente arraigada na sociedade, nos empresários e nos governantes de que grandes cidades com muitos veículos circulando e indústria são sinônimos de desenvolvimento. Quando a gente pergunta a uma pessoa comum o que um governo pode fazer para promover o desenvolvimento, a resposta é imediata: trazer indústrias para o município. Pois aí está: as regiões consideradas mais desenvolvidas do Brasil são as mais poluídas. Há um consenso quanto à contribuição do petróleo na poluição das águas marinhas. Basta ver o caso dos Estados do Rio de Janeiro, com 77% dos municípios afetados, e do Espírito Santo, com 60%.A conclusão maior que posso tirar desta pesquisa é que os modelos de desenvolvimento nascidos da revolução industrial, nas suas vertentes capitalista e socialista, são contra-naturais. As grandes plantas agropecuárias, industriais e urbanas são insustentáveis do ponto de vista sócio-ambiental. A mantê-las, podemos divisar dois horizontes. O primeiro deixa o sistema funcionar a todo vapor. Neste caso, ele vai usar uma moto-serra para cortar as pernas da cadeira em que está sentado. No segundo horizonte, o sistema procura amenizar os impactos ambientais mediante aterros sanitários, usinas de reciclagem, estações de tratamento e filtros contra gases. Neste caso, as pernas da cadeira serão cortadas com uma serra manual. Nas duas situações, o sistema vai ruir. É só uma questão de tempo. Mais do que nunca, acredito que a saída seja construir uma outra civilização, mas esta convicção parece a muitos uma grande utopia. Fonte: Jornal Folha da Manhã, Campos dos Goytacazes, RJ.